Categorias
web serie

WebSerie Baía Urbana – Episódio 05 – A Baía

WebSerie Baía Urbana – Episódio 05 – A Baía​

03:32

A Baía de Guanabara foi roubada da população do Rio de Janeiro. Roubou-se a possibilidade de as pessoas usufruírem de seus benefícios, desde a abundância de peixes até a simples contemplação da paisagem. Esta é a opinião do pesquisador José Laílson Brito Junior, do Maqua, o Laboratório de Mamíferos Aquáticos e Bioinvasores da Uerj. Desde a década de 90, a equipe do Laboratório acompanha de perto os botos que habitam as águas de Sepetiba, Ilha Grande e Guanabara. Em especial, esta última, que marca o início da carreira do laboratório. Naquela época (e até hoje), boa parte dos cariocas desconhecia a existência de botos na Baía de Guanabara. Já nas primeiras saídas de barco, em 1992, o Maqua iniciou o monitoramento desta população e passou a lutar por sua permanência no habitat. Em 1998, com a técnica da foto-identificação já aperfeiçoada para a espécie, os pesquisadores conseguiram realizar a primeira estimativa do tamanho da população: cerca de 100 animais moravam por lá. Os botos acabaram virando bons e velhos conhecidos – alguns até com apelidos, como Regina, Laranjinha, Acerola, Titia e Guapi. Atualmente, porém, pouco mais de 30 sobrevivem nas águas da Guanabara, se refugiando principalmente na Área de Proteção de Guapimirim. A contaminação química e biológica, a pesca e o barulho causado pelos navios fundeados nos arredores da Ponte Rio-Niterói são as principais causas do desaparecimento dos cetáceos. Se a situação não for revertida, em 20 anos será raro ver um boto saltando com o Pão de Açúcar ou o Dedo de Deus ao fundo.